Perco-me nas sombras do que já fui, de uma vida cheia de certezas, encontre-me agora como um mero observador, com os anos que passaram, as pessoas que ficaram, as pessoas que vão desaparecendo, de tudo o que construí e destruí de tudo o que fui e a que não voltarei, sou uma sombra que vagueia pela vida, visto ainda por alguns e ainda lembrado por outros, uma sombra cujo sol já não alimenta e que de dia para dia se vai esmurecendo.
Sou uma triste sombra presa entre dois mundos, iludida e desiludida, iluminada ainda por algum brilho tênue, que se perde com cada dia que nasce e cresce com o erguer de cada noite.
Noite que se prolonga e me alimenta, um negro de incertezas com cada final de dia.
Escondo-me da luz, capaz de me fazer desaparecer, e dela me mantenho escondido, longe do que fui e do que não voltarei a ser.
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