segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

mais um daqueles....

Sempre tive dificuldade em desligar-me das pessoas da minha vida.

Deveria ser mais fácil fazê-lo, pela lei natural das coisas, tudo tem um princípio e um fim, mas por mais que a lógica me diga para o fazer, acabo por deixar relações "suspensas", separadas por meses e anos, a que espero, secretamente,  voltar a reconstruir um dia, não sei porque o faço, é tóxico, é auto-destruitivo.

Não me refiro a relações amorosas, mas a todas no geral, fecho-me no meu mundo para de tempos em tempos voltar a surgir.

Para encontrar tudo mudado, ninguém espera por ninguém, ou estás ou não estás, e quem não está é esquecido, vivemos a 1000 e cada vez mais só damos valor ao presente ao agora.

Sinto-me deslocado, eu que sou capaz de tudo por quem gosto, por quem consegue passar a barreira que me separa do mundo, eu que sou capaz de ficar a gostar internamente, acabo por me sentir muitas vezes desvalorizado.

Nunca fiz nada a espera de retribuição, sempre tentei ser o mais simples, honesto, sem esquemas, por vontade e com gosto, um valor que se perdeu com a maioria, hoje em dia, passa muito pela influência atual, e o que está ou aquela pessoa nos podem trazer no futuro, somos julgados pela aparência, pela posição social atual e a que poderemos vir a ter futuramente, e cada vez menos pelo carácter.

Cada vez me sinto mais afastado do que me rodeia, talvez daí manter tantas relações em suspenso, para me obrigar a mim mesmo a ser sociável, a continuar a jogar este jogo que a muito perdi o interesse.

Estou rodeado por retalhos, bocados de mim em todas as pessoas que conheci e me entreguei de coração aberto.

Pergunto-me as vezes até quando vou conseguir manter o sorriso e fingir que está tudo bem.