terça-feira, 23 de abril de 2013

E assim vi-te partir....

Forcei-me a ir a janela enquanto arrumavas metade da nossa vida num carro, é incrível como tanto tempo ocupa tão pouco espaço.

Forcei-me a ver o inevitável  o que já não tem volta a dar, o que está certo, forcei-me para acreditar, acreditar que acabou, que tudo mudou, que mudamos ao longo de tanto tempo juntos.

Forcei-me, porque assim a vida o impõe, porque avança, connosco ou sem nós.

uma simples verdade



"Quem não aparece, esquece"


segunda-feira, 22 de abril de 2013

olá de novo


vi-te de relance no espelho, e incrédulo voltei a fita-lo, mas tu já tinhas desaparecido, pensei para comigo, não pode ser, estas a ficar louco, mas antes de me conformar com este pensamento,  lá estavas tu de novo, como alguém a muito perdido que encontra o caminho para casa, lá estavas tu de uma forma tímida e simples, inseguro e frágil, com uma força que me fez acreditar que tinhas voltado, de vez, de um esquecimento profundo, que tinhas voltado para ficar, o meu sorriso.

sábado, 20 de abril de 2013

silêncios


Como se de um túmulo trata-se, esta casa que em tempos conheceu risos e conversas, não passa de um túmulo vazio e frio de silêncios que o tempo vai consumindo, tempo esse que reclama diariamente o seu domínio e cada vez mais se vai impondo, esta casa que viveu, hoje morre, de alegrias, de partilhas, de planos futuros, esta casa que ainda existe, é habitada por o tempo que a vai consumindo, e a tudo o que nela ainda vive.


sexta-feira, 19 de abril de 2013

Basta

Basta, tempos sem saber de ti, e com uma mensagem, resumes, todo o tempo que de ti nada soube, não te o pedi, não o queria saber, com uma mensagem, puseste-me a pensar em ti e despertaste em mim o meu pior; respondi-te de uma forma crua e fria, o essencial, porque a educação assim o obriga, não quero saber de ti, onde vives, com quem partilhas o teu sorriso e a tua cama.

Já não tenho fotos tuas pela casa e o pouco que ficou de ti há muito que foi encaixotado e esquecido, dou por mim a pensar para onde foram aqueles anos da minha vida, como se de um sonho se trata-se.

Cada vez mais és um fantasma, alguém cujo o tempo vai devorando o rosto e a voz, uma memoria prestes a ser esquecida que tu fazes questão de manter viva.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

um susto, uma realidade

Miguel acordou assustado, desperto de um sonho que logo se esquecerá, eram 4 da manhã, e no quarto ainda pairava no ar o cheiro a sémen e poppers, de manha teria de mudar os lençóis, percorreu rapidamente com as mãos a cama, para a encontrar vazia, um sorriso triste percorreu-lhe os lábios e a esperança perdeu-se, mais um, mais um acordar sem ninguém.