terça-feira, 27 de agosto de 2013

Um acordar

O dia já nasce e tu ainda dormes, sentado na cama observo-te, a tua respiração calma, as tuas pestanas cerradas, tens um ar tão sereno, com a luz a começar a reflectir na tua pele, nua, pura, as sombras que se criam, servem apenas para delinear a tua silhueta, perfeita, com o teu lindo nariz arrebitado, tão teu.

Acordo com um sorriso, já não tas ao meu lado, a almofada já foi guardada e os lençóis já não guardam a tua forma, mesmo assim muitas vezes sou visitado por esta doce memória, um passado muito recente, tão rápido, tão marcante, que se alimenta com o gostar de ti, que inconscientemente é revivido para não esquecer, que me faz bem e que me deixa com um sorriso.

Um equilíbrio perfeito que encontrei para gostar de ti sem te ter.

Comportamentos

Hoje senti o dito, cavalheirismo.

Ir ao centro de saúde não de todo a melhor experiência, costumo ir de manhã, e a visita é suficiente para me estragar a manhã desse dia, porem se das outras vezes tenho que me dirigir ao touchscreen, introduzir o meu número para obter uma senha, desta vez assim que entrei, o segurança de um pulo levantou-se da cadeira, cumprimentou-me, entre sorrisos e olhares pediu o meu cartão, introduzio o número no ecrã e com um grande sorriso, deu-me, a senha, regutijada pela máquina.

Só conseguir agradecer e forçar um sorriso.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Um vislumbre de ti

Vejo-te ao longe, com o teu andar decidido, o teu jeito tão especial, inconfundível, só teu, paro para apreciar; um momento só meu, reservado apenas a aqueles que sabem apreciar tamanha beleza, o teu aspecto delicado com a tua forte personalidade foi algo que sempre me fascinou.

Voltas-te para trás e procuras no vazio por algo, alguém, alguma coisa que sentiste, dou um passo atrás, ainda não estou preparado para abdicar deste momento só meu.

Desistes e contínuas o teu caminho, deixo-te partir, deixo o meu  olhar perder-se na tua forma cada vez mais distante.

Até um próximo encontro.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Sonho

Hoje sonhei contigo, sem razão aparente, sem assunto específico, apenas uma versão de ti, imperfeita, cheia de risos e sorrisos, uma versão de ti que retive, que me faz falta e que através de sonhos a recupero.

Hoje sonhei contigo, nem me lembro ao certo sobre o que, sei que estavas lá e lá estarás sempre que necessitar, um conforto constante que a cabeça procura, quando o corpo não te pode ver ou sentir.

Um mundo eterno, perfeito e simples.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

rasgos de sanidade

Sempre preferi viver na fantasia dos meus sonhos do que na realidade com os meus defeitos, sou aquele que se multiplica em milhares de máscaras e não é ninguém, preso a paixões platónicas e amores impossíveis condenados ao sofrimento, sofrimento esse que me mantém vivo nas noites em branco, que me faz fazer sentir.

Também eu me sinto perdido, entre o quer e o poder, entre o que posso ou não posso fazer, sou assombrado por dúvidas, medos que nos incapacitam, que nos fazem recuar, um medo inconsciente do futuro e do sofrimento que poderá vir.

Desejos impossíveis realizados, a procura de preenchimento, corpos usados para me manter vivo, regras quebradas que me alimentam o ego e a vontade de continuar.

Sempre gostei do desafio, conquistar o que não podia ter, para logo depois de o conseguir, fugir, como uma missão realizada, como um prémio conquistado, pronto para a próxima aventura.

Os anos foram-me ensinado a adaptar-me, para conseguir o que queria, mentiras sobre mentiras, enganos de alma, onde me perdi, de onde já não sei se me volto a encontrar.

Sempre fui livre, e por opção deixei-me prender por breves momentos, sempre escolhi por quem e lutei para o conseguir e manter. Há muito tempo que não sei o que é apaixonar-me genuinamente, verdadeiramente por alguém, a inocência perdida que já não se recupera.

Desta vez usei uma máscara mais sincera, mas mesmo assim, ainda não totalmente transparente, não forcei, não procurei, deixei acontecer.

Mais um amor platónico, mas diferente de todos os outros, não te quis prender, nem sufocar, apenas aproveitar o que me ias dando, nunca foi uma obrigação, mas sim uma troca sincera, gostar de ti tanto quanto gostas de mim, e mais não era preciso, tudo o resto eram extras, sem definições, mero prazer sem consequências, sem obrigações.

Algo que se perdeu, sem nenhuma barreira ter sido ultrapassada.

Mesmo assim sufocaste, não se prende por muito tempo um espírito livre, sempre soube disso, daí ter tentado aproveitar ao máximo o que me deste, pois sabia que um dia, mais cedo ou mais tarde, também tu partirias.