segunda-feira, 28 de abril de 2014

um mundo desconhecido por de trás de um sorriso

um mundo desconhecido por de trás de um sorriso

desde muito novos aprendemos a sorrir, com o passar dos anos os sorrisos transformam-se em mascaras, umas vezes cínicos, outras vezes verdadeiros, mas fundamentalmente, aceites.

Conseguimos esconder por detrás de um sorriso todas as atrocidades da alma que nos consomem, que nos fazem chorar e sofrer por dentro, é com ele que dizemos ao mundo que está tudo bem, que está um bonito dia e que irá ser magnifico.

Muito longe é a realidade que o sorriso esconde, mas vai dando sinais,  muitas vezes a depressão, a infelicidade constante, a solidão, aquele amigo chato, que passa a vida a quer estar connosco, que se julga  a pessoa mais importante para nos, aquela pessoa que se isola e raramente sabemos dele.

Socialmente aprendemos a isolar-nos, já conhecemos tantas pessoas, já é tão difícil termos tempo para nós quanto mais dar atenção a mais não sei quantas pessoas que nos rodeiam, as relações já não são feitas para durar, são flash, muitas vezes movidas por interesse ou situações, que se findam quando deixam de ser partilhados, tudo nos passa ao lado, tudo se vive depressa demais.

Tudo acontece por trás de um sorriso, esse eterno enganador, capaz de inúmeras atrocidades sem nunca desaparecer do rosto.

Faz-nos pensar ate que ponto conhecemos realmente quem nos rodeia, quem nos é querido, de quem aquele sorriso é-nos tão familiar e em que confiamos.

Nunca estamos a espera que façam algo que contradiga esta expressão, tão mundialmente famosa, sinonimo de felicidade.

Mas quando acontece, sentimos o engano, "mas ele era tão feliz, tinha sempre um sorriso nos lábios".

"quem vê caras, não vê corações".

Todos temos o nosso ponto de ruptura, é sempre uma questão de quando, porque acontecer, é sempre garantido.



segunda-feira, 7 de abril de 2014

A minha espera

Toda a minha vida esperei por ti, um esperar triste e solitário, cheio de desvios ao longo do caminho, com a certeza que te encontraria.

Os anos foram passando e o tempo, esse cruel ser, não se esqueceu de mim; em mim, deixou marcado no corpo tudo por o que passei, desde o mais simples riso ao maior desgosto, levou de mim também a esperança de te encontrar; passado todos estes anos apenas a teimosia e o orgulho de ter a certeza que ainda vens, é que me mantém longe do descanso eterno.

Lembro-me no entanto, dos dias em que ainda estavas presente, do tempo em que me ria e em que o meu mundo começava e acabava em ti, lembro-me ainda de quanto era feliz?

 Na realidade, não; transformaste num mero conforto de palavras, que os clichês alimentam, eu já nem me lembro da tua voz, os meses se transformaram em anos, os anos em décadas e assim, com o meu envelhecimento, fui deixando para trás tudo o que ainda me lembrava de ti, já nem as memórias felizes ficaram.

Encontro-me, aqui agora, preso a esta cadeira a olhar o mar, um clichê que nunca esperaria me tornar, a espera de ti, e teimosamente fitando o meu destino até que a morte o reclame.