terça-feira, 31 de março de 2015

orgulho e preconceito

Começamos pelo preconceito, eu frequento um ginásio que se centra no treino médio/avançado, existe todo um nível de fauna diferente que na maioria dos ginásios, mas de tempos a tempos ha sempre alguém que se destaca e nem sempre pelas melhores razões.

Em alguns ginásios em que andei, tinham nos balneários uma lista com as regras de utilização, coisas tão simples como, o uso obrigatório de chinelos e toalhas no balneário, passando pela não utilização dos chuveiros para actividades íntimas, regras básicas de civismo. Regras tão básicas, que a maioria dos ginásios já nem as referem, deixando um vazio para a desculpa "onde está escrito que sou obrigado a usar toalha?", etc.

O que se passou afinal? Estava eu a ir para o duche, com a toalha enrolada a cintura e o belo do chinelo, quando me deparo no corredor de acesso aos chuveiros com uma bola de pelo humana nua, a esfregar.se com a toalha como se não houve amanhã, o homem devia tnes os seus 90 kilos mal feitos, desproporcionais, com incidência na barriga, e com uma carpete de pelo que começava, no pescoço, descia pelas partes baixas, dava a volta pelo rabo e subia pelas costas até ao pescoço, acho que não consegui disfarçar uma cara de desagrado perante tão desagradável espetáculo.

Quando entrei no meu duche ainda pensei para mim, "coitado, o homem é quase uma casa, os chuveiros nao sao pequenos, mas acredito que lhe fosse mais fácil limpar.se no corredor".

Saí eu do duche, estou a chegar ao meu cassifo e lá anda a criatura nos mesmos preparos, a andar nu no balneário de um lado para o outro, sem se preocupar minimamente.

Dou.lhe props pela auto.confiança ou falta de noção.

Falei em preconceito, nao contra pessoas gordas e peludo, dou os parabéns as pessoas que querem mudar a sua vida para uma mais saudável e dou-lhes todo o meu apoio, agora, é precisso ter noção, regras simples de sociedade para nao acabar mal o dia.

Orgulho; esta é a altura em que as "andorinhas do ginásio" voltam, vem na, primavera para trabalhar o corpo para o verão, duas dessas andorinhas, andaram a perguntar o que é que eu andava a tomar, porque estava enorme.

Pois bem, estou a tentar chegar ao meu máximo natural, tenho uma alimentação livre de carnes e peixes, o que norma complicado arranjar o nr certo de proteína necessária, tenho como objectivo consumir 160g de proteína por dia, assim além da alimentação, uso suplementação whey para chegar ao valor de proteína necessária, é o que "ando a tomar", ou era suplementação ou comer quantidades insanas de soja e tofu, eu que nem gosto de comer, tudo o resto são horas de treino, 4 vezes por semana de 1 a 2 horas de treino em média, e umas boas noites de descanso.

(Mas é tem piada quando reparam)

quinta-feira, 12 de março de 2015

A vida no meu bairro

Situação:
Duas velhotas na casa dos 70's, permanente feita, casaquinho de malha, com uma camisa por baixo, saia pelos  joelhos, as típicas avozinhas, com trajes domingueiros, cruzam-se na rua; diálogo:

Avozinha 1 - sapatos novos?
Avozinha 2 - sim, são os meus sapatos de fugir a polícia, são muito confortáveis.

:-P

segunda-feira, 2 de março de 2015

Momentos de ginásio

Aquele momento em que, quando te começas a despir para ir para o duche alguém ao teu lado começa a cantar, I want you, to take over control, take over control

Aquele momento em que tas a tomar duche, e uma mão entra por baixo da tua cabine, e pensas "medo"

Aquele momento em que "Aquele Gajo" modelito, lindo, vem do duche com uma micro sunga e com o rabo todo de fora

Há dias engraçados ;-)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Cap + selo de autenticidade

Desde que mudei de local de trabalho, tenho estado em contacto com uma fauna, "ligeiramente" diferente, fauna essa que não me deixa de surpreender diariamente.

Penso que já é de aceitação geral, vermos os selos de autenticidade nos caps, aqueles autocolantes, normalmente prateados ou dourados, que variam de tamanho conforme as marcas, selo esse que tem como objectivo, provar que se trata de um artigo original, comprado na marca, ou representante.

Este pequenos autocolante,  serve também para marcar um "status social" em que, tenho € para dar por um cap, original, que não foi comprado na feira, como que se, as falsificações também já não fossem vendidas com os respectivos selos, mas ok, há que manter a ilusão.

O que vi hoje foi outro nível de malveirice, não só a pessoa em causa tinha o respectivo selo na pala do cap, como se deu ao trabalho de recordar em forma da pala, um plástico aderente, daqueles com que se forra os livros, de forma a cobrir e proteger o autocolante para assim, manter de forma indeterminada o seu "status".

Há que louvar a paciência e a habilidade em trabalhos manuais, apesar que isso não justifique de todo o mau gosto e a falta de estética criada, num objecto que deve ser "da moda".

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Os olhos que vêm tudo

Devo confessar que nunca percebi, a necessidade de usar óculos escuros dentro do metro, sempre considerei uma forma de arrogância das pessoas ou até um sentido de moda exagerado, até o dia em que o começei a fazer.

Quando se vai numa carruagem cheia de pessoas em que o teu espaço pessoal deixa de existir, os óculos tornam-se a tua última barreira, de privacidade, onde te podes proteger sob uns rayban de lentes escuras, onde tnes a liberdade de nao cruzar olhares desconfortáveis e onde podes ver tudo sem ser visto, e assim manteres  o teu espaço pessoal sem ser invadido, e fazeres as ligações visuais que entenderes, sem mais ninguém ter noção disso, retomar o control do que vês e de quem te vê.

A coragem de uns, a vergonha de outros

Passava pouco das 22:30 quando entra na carruagem do metro um rapaz na sua casa dos 20's, com um andar oscilante, uma postura orgulhosa e um sorriso, a medida que ia atravessando a carruagem do metro, ouvia-se risos e comentários a boca pequena, tão típico portugues, sentou-se em uns bancos perto de mim, vinha vistido de calças de ganga azuis escuras, um casaco comprido preto, uns sapatos clássicos, um corte de cabelo curto, unhas pintadas de vermelho, a combinarem com a cor que tinha nos  lábios, pestanas carregadas de preto e umas sombras azuis.

Não deixei de sorrir, e admira-lo pela sua coragem.

A viagem correu sem percalços, uns olhares de lado aqui e ali, uns risos abafados, nada a que ele já de certo não estará habituado, saímos em São Sebastiao, para trocar de linha e ai tudo mudou, um grupo de 5 rapazes, não deviam ter mais de 20 anos, provenientes da linha vermelha, assim que o viram a entrar na plataforma do metro, no sentido inverso, começaram a seguido e a humilha-lo com as típicas bocas, do "és tão linda", "tenho aqui uma prenda para ti" ( agarrados às suas partes genitais, etc etc, o rapaz em causa, e por termos a linha a separarnos, parou em frente deles, começou por ignora-los, por fim, a medida que os insultos se tornavam maiores e mais agressivos, acabou por lhes fazer uns manguitos, este triste espetáculo, durou até a chegada do nosso metro, e mesmo depois de o metro arrancar ainda se via os rapazes a seguir o metro a tentar manter contacto visual com o rapaz e a descarregarem o seu esgoto de barbaridades.

É grave num país que tem uma das constituições mais "tolerantes", ainda existir toda uma nova geração tão ignorante e tão agressiva para com a diferença, e que não tem pudor em se manifestar de uma forma tão agressiva, questiono-me o que poderia ter acontecido senão houvesse uma linha de metro a separar-nos ou se o encontro tivesse sido feito numa das ruas mais escondidas de Lisboa.

Coisas da vida

Toda a vida tenho me visto rodeado por oportunistas, pessoas que criam uma imagem errada de mim e que esperam obter alguma coisa, que em parte não lhes posso dar ou que prefiro não o fazer.
Estamos num meio em que alguns contratos são finalizados na cama e que algumas oportunidades se ganham conforme o desempenho e o desejo sexual.
Não deixo de ser hipócrita, tenho noção que muitas vezes me deixei "usar", mas nunca  prometi o que não estou disposto a dar, nem gosto de alimentar estas transições, acabo por estar numa "win win, situation" em que acabo por ter o que quero sem dar nada em troca.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

mais um daqueles....

Sempre tive dificuldade em desligar-me das pessoas da minha vida.

Deveria ser mais fácil fazê-lo, pela lei natural das coisas, tudo tem um princípio e um fim, mas por mais que a lógica me diga para o fazer, acabo por deixar relações "suspensas", separadas por meses e anos, a que espero, secretamente,  voltar a reconstruir um dia, não sei porque o faço, é tóxico, é auto-destruitivo.

Não me refiro a relações amorosas, mas a todas no geral, fecho-me no meu mundo para de tempos em tempos voltar a surgir.

Para encontrar tudo mudado, ninguém espera por ninguém, ou estás ou não estás, e quem não está é esquecido, vivemos a 1000 e cada vez mais só damos valor ao presente ao agora.

Sinto-me deslocado, eu que sou capaz de tudo por quem gosto, por quem consegue passar a barreira que me separa do mundo, eu que sou capaz de ficar a gostar internamente, acabo por me sentir muitas vezes desvalorizado.

Nunca fiz nada a espera de retribuição, sempre tentei ser o mais simples, honesto, sem esquemas, por vontade e com gosto, um valor que se perdeu com a maioria, hoje em dia, passa muito pela influência atual, e o que está ou aquela pessoa nos podem trazer no futuro, somos julgados pela aparência, pela posição social atual e a que poderemos vir a ter futuramente, e cada vez menos pelo carácter.

Cada vez me sinto mais afastado do que me rodeia, talvez daí manter tantas relações em suspenso, para me obrigar a mim mesmo a ser sociável, a continuar a jogar este jogo que a muito perdi o interesse.

Estou rodeado por retalhos, bocados de mim em todas as pessoas que conheci e me entreguei de coração aberto.

Pergunto-me as vezes até quando vou conseguir manter o sorriso e fingir que está tudo bem.